Ela fica atenta ao soro que nutre o corpo fraco e desbotado.
Disfarça em lamentos a preocupação em perder aquele com quem divide há tantos anos a rede crua, presente de casamento.
Com 93 anos, deu ao mundo 17 filhos e recebeu do mundo a experiência que precisava.
Agora, entre paredes brancas descascadas, em um humilde leito, ele cobre-se de um frio de doer os ossos e de arrepiar os cabelos brancos que ainda lhe restam.
Restam também lembranças da vida que sua memória teima em falhar.
É o esquecimento, que vem para ajudar a abandonar o peso daqui.
Só assim, tem-se leveza para partir.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
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3 comentários:
que lindo isso aqui, fernanda.
[é dor, mas passa]
beijos. tenha um dia bom, menina.
meu amoooor, que lindo!
fazendo minha, tuas palavras e as da candice...
e ainda acrescentando o "toda".
toda dor passa!
;]
amutu meus fios dourados rs...
Lembrei do 21 gramas, que assisti de novo um dia desses...
Tenho mais nem o que dizer... Só assino embaixo da Candice e da Lua...
Beijos
Ps.: Nunca mais te encontrei em canto nenhum... (aquele dia na unifor, não valeu...)
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