sexta-feira, 1 de maio de 2009

medir mais de
um
metro





de vontade
é ser


além.



...

os pássaros só deixaram de passar porque ela já não os chama mais.

...

corpo:
pôr cor em,
vida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

só sei que o céu tá mais bonito hoje.

sexta-feira, 27 de março de 2009



descoberta de ontem: pavão lindamente branco.
...




está
é e acontece
uma vida além
dessas palavras
que se acomodam
nesse espaço.

sexta-feira, 20 de março de 2009

devagar
a pisar
nua
na grama
úmida
do paraíso

...

aprendi que não se deve chorar pelos que partem.
acho que, no entanto, muitos choram porque continuam aqui.

...

queria viajar um terço, ou melhor, o mesmo tanto que o matt viajou,
mas sem precisar fazer sua dancinha ridícula.
e ainda por cima ele é patrocinado por uma fábrica que faz chicletes
(que não perdem o gosto nem a pau), tem coisa melhor?
em vez de balas, prefiro gulosinas, só.
por mim, vou parar na muralha da china amanhã, ou quem sabe em guam* (onde será que fica isso..?).
(confissão: já senti vontade de tentar reproduzir aqueles passinho, tsc tsc, ridícula niña..)

ó: where the hell is matt?

* A ilha de Guam é uma colônia norte-americana na Micronésia, localizada na extremidade sul das Ilhas Marianas.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Hay otros mundos, pero están en éste. Hay otras vidas, pero están en ti” Paul Éluard

,


cacos de vidro coloridos formam um caleidoscópio de mim.
o bonito disso é ser muitos em um só e um só em muitos.
muitos pedaços que hoje sou são outros que já se foram e outros que hoje são.
a cada giro, reconfigurações que refazem o permanecer, o chegar e o partir.

...

passarim, vem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

V.
O problema começou quando uma das portas ficou aberta, e aparentemente, alguém entrou. Talvez tivesse acontecido sem querer, ou por erro, mas duvido, porque não era bem o estilo do lugar, nem o caráter do homem. Poderíamos supor que a porta ficou levemente aberta quase por querer, como um meio convite para alguém, estando de passagem, entrar de brincadeira.
Bem, ela o fez, ela entrou, mesmo sem gosto pela brincadeira. Ela o viu, viu que ele era bom e, naturalmente, o amou.

L.B
(minha cara loulou)

...


de longe, suas celas parecem impenetráveis, mais alguns passos e nos deparamos com um espaço plural que arrisco dizer cheio de antônimos sinestésicos. as paredes de ferro são frias e secas, enquanto a madeira nos faz mergulhar em uma umidade que abre nossos poros para cheiros que aguçam a memória olfativa, é o estranho e o familiar, é o distanciamento e a intimidade, é o alívio e a angústia, é aspereza e a maciez, todos coabitam, preenchendo e esvaziando cada célula. os espelhos atuam como brechas-convite, para ir ao encontro de Louise e de si mesmo. ela está ali, esperando, com a cama feita, os lençóis de linho vermelho e as linhas de costura que recriam a memória do antigo ateliê de restauração de tapeçaria em Choisy-le-Roi. agora, é ela quem restaura seu passado, costurando os temores da infância, suas ansiedades, procurando garantir sua sanidade através de sua arte. e, nós, a medida que vamos explorando os ambientes, eles vão crescendo por dentro da gente, visceralmente, percorrendo caminhos conscientemente esquecidos e nos fazendo acordar para uma lucidez outra. Louise nos conforta ao mostrar que não estamos sozinhos no mundo, mas que todos compartilhamos dos mesmos sentimentos de ser e estar.

terça-feira, 17 de março de 2009

la ligereza tiene su peso, sin embargo tiene alas para volar.

...

de preferência, amor como combustível
para ter mais velocidade de estar no mundo.

da primeira à quinta marcha
sem ré para nada.

ora com o controle da direção, ora com o vento a bater no rosto
descendo ladeira abaixo
à procura de placas do destino
mas é nos desvios que se encontram
atalhos para felicidades
instantâneas ultrapassagens da razão.

...

des enfreada
des temida
des
perdida de amor