quinta-feira, 29 de novembro de 2007

fragmentos*

nos meus "achismos" constantes me perco.
ao parecer pedra, na verdade sou papel, que se perde com um sopro mais intenso.
o que à primeira vista é claro, para mim cega num breu.
sendo papel, sou frágil, sou branca.
brancura muitas vezes que se perde entre caminhos

do breu que deixam marcas, deixam lascas. feridas.
talvez o tempo seja a melhor borracha. talvez, a pior.
ao parecer apagar, em mim desbota.

papel borrado que um dia sonha ser branco outra vez.

.depois que termino de moldar palavras que me aproprio, pergunto-me sempre de onde elas vêm.
acho-me uma. perco-me em dez.
e continuo sem respostas.

* do antigo blog.
vou trazê-los aos poucos.
quando der, quando couber.



segunda-feira, 26 de novembro de 2007

desembaralhando.

segundas-feiras deveriam ser sábados, mas só de vez em quando.
bila branca queria perto, urgente. nada demais, só abraços contidos.
correr mais e cansar menos.
tempo para os livros, para os filmes, para os amigos.
mais beatles. mais chico pelo telefone.
dar vida aos panos que já moram no guarda-roupa há tempos.
um pedacinho roubado do dia para cafés sem propósito e com todo o sentido.
um cappuccino, por favor.
cores. cores e cheiros. cores, cheiros e sabores.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

cadê,

aquela biruta que tu me prometestes,
que vai trazer um bucadinho de vento à minha janela?

as coordenadas basta perguntar para as borboletas.
elas sabem onde me encontrar.

...

"por te falar eu te assustarei e te perderei?
mas se eu não falar eu me perderei,
e por me perder eu te perderia."
clarice.
[assim, tu me mata mulher]

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

vitória

armada, amarga e uma língua afiada para dar início à batalha.

perdi.

seu olhar penetrou minh'alma.

verdade era a sua melhor arma e ele sabia atirar.



...
de otros cielos:
"ela botou os pontos finais, fechou nosso livro e
guardou na gaveta mais alta da estante."

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

teimo em explicação. mania, já.

Me aproprio das definições de adriana (falcão) e as coloco aqui.
Acredito que quando se sente o que está escrito, aquilo passa a ser de algum jeito nosso, uma cumplicidade entre leitor e autor.

"Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele"

(um pedaço do mania de explicação)


Penso que cecília, hoje, é isso: indecisão, intuição, pressentimento, ansiedade, interesse, sentimento, felicidade, razão, vontade.
É tanto que nem dá pra explicar.


sábado, 10 de novembro de 2007

terça-feira, 6 de novembro de 2007

noite quente, chão de cimento, mesa de plástico e cerveja gelada num copo de requeijão.
põe pra tocar diana, moço, que esse coração aqui é de manteiga.

Tudo que eu tenho meu bem é você

Sem seu carinho eu não sei viver
Tudo que eu tenho meu bem é você

Volte logo meu amor





sábado, 3 de novembro de 2007

qual é a música?

Cada pessoa que existiu, existe ou existirá possui uma música.
Não é uma música escrita por outra pessoa. Ela tem sua própria melodia, sua própria letra.
Poucas pessoas chegam a cantar sua própria música. A maioria de nós teme que não façamos jus a ela com nossa voz, ou que a letra seja muito boba, ou muito franca, ou muito estranha.
Então, em vez disso, as pessoas vivem suas músicas.
Neil Gaiman, Filhos de Anansi